A obra Esperança – autobiografia reveladora do Papa Francisco, escrita por Jorge Mario Bergoglio em colaboração com o editor Carlo Musso, é a primeira autobiografia de um Papa. Ela cobre todos os momentos decisivos de sua vida, desde a infância em Flores, Buenos Aires, até o jubileu de 2025. Logo após Francisco decidir antecipar sua publicação em razão “das exigências do tempo”. Em um texto cheio de imagens inéditas cedidas pelo próprio pontífice, estão memórias que passam por temas tão variados quanto o futebol, as relações de poder na Igreja e as lições de solidariedade aprendidas junto a marginalizados.
O que encontramos no livro “Esperança” – a autobiografia reveladora do Papa Francisco?
Logo nos primeiros capítulos, o jovem Jorge Bergoglio que dividia um quarto caótico com os irmãos aparece. Também montou um “laboratório” de estudos no sótão de casa, instigando a curiosidade da mãe. Além disso, a influência decisiva de Esther Ballestrino de Careaga, sua chefe na época de técnico químico, emerge ao revelar como ela o incentivou a ler jornais como La Vanguardia e o jornal Nuestra Palabra. Essas leituras lhe abriram as portas para o pensamento político e social.
O que mais temos no livro “Esperança” – a autobiografia reveladora do Papa Francisco?
A princípio, a narrativa segue mostrando situações marcantes. Por exemplo: o remorso que Francisco ainda carrega por não revelar sua visita ao amigo padre Pozzoli no hospital. E o susto ao presenciar, no dia 24 de setembro de 1961, o infarto fatal de seu pai enquanto vibrava com um gol do San Lorenzo. Esses momentos humanizam o pontífice, demonstrando que, apesar da humildade característica de Bergoglio, ele viveu dramas e alegrias semelhantes às do leitor comum.
Outro destaque fica por conta dos bastidores do conclave que o tornou Papa em 2013. Ele relata como cardeais como Odilo Scherer e Angelo Scola eram tidos como prováveis sucessores de Bento XVI. Surpreendentemente, foi o argentino quem recebeu “o leve tapa no ombro” do cardeal Claudio Hummes, sinal de que Deus o escolhia para guiar a Igreja.
Ao longo de 368 páginas, Francisco aborda ainda grandes temas contemporâneos: guerras, migrações, crise ambiental, acolhimento das minorias e o papel das mulheres na sociedade. Em estilo acessível — “nada que exija um diploma avançado para ser compreendido” —, podemos distinguir a escrita direta e bem-humorada dele. E não abre mão da profundidade espiritual que marcou seu pontificado.
Por fim, além de contar histórias saborosas e reveladoras, Esperança consolida em um só texto as principais mensagens de Francisco. Assuntos que estão presentes nas reflexões que já estavam em encíclicas e discursos oficiais. A cada página, o leitor sente que esta obra é um verdadeiro “testamento moral e espiritual”, capaz de inspirar não apenas fiéis, mas qualquer pessoa em busca de sentido.
Concluindo…
Mesmo quem conhece bem o Papa encontra novas nuances na sua autobiografia. Seja pela diversidade de referências — de Borges a Bauman, de Dostoiévski ao Samba da Bênção — seja pelas fotos pessoais que enriquecem o relato. Em suma, Esperança é um convite para mergulhar na vida de um homem que se tornou símbolo de humildade e otimismo para o mundo inteiro.
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Sobre Papa Francisco
O Papa Francisco, que nasceu Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, é reconhecido pela simplicidade e pela proximidade que marcam seu pontificado. Após se formar como técnico em química, ele entrou para o noviciado dos jesuítas em 1958 e foi ordenado padre em 1969. Além disso, ele atuou como arcebispo de Buenos Aires e foi ordenado cardeal em 2001, até ser eleito o primeiro papa jesuíta em 2013.Por fim, suas encíclicas mais influentes incluem Laudato Si’ (2015) e Fratelli Tutti (2020).
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